sexta-feira, 21 de julho de 2006

Pela minha saúde que isto acabou de acontecer

Agitei um iogurte, já aberto.

Declaro aberta a época tonta. Vou de férias. Cuidem-se, conduzam pela direita, separem os lixos e usem protector solar.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Já se percebeu

Está a pagar o justo pelo pecador. Certo. Mas é que nesta semana o pecador anda especialmente empenhado em atazanar-me o juízo.

Todos temos os nossos desabafos

E o que é o arquitecto? Alguém que sabe muito pouco daquilo que o precedeu, e muito sobre o que lhe sucederá. Um ignorante iludido, portanto.

Não

Cada vez me convenço mais que escolhi a arquitectura porque venho de uma família de engenheiros. Só para chatear? Não. É que vista do ponto de vista do engenheiro, a arquitectura parece muito mais interessante.

Um passo à frente

Desde criança gosto de música de velho, mas ultimamente venho me esforçando para gostar de música de velhos de outras gerações – não dos velhos de agora, que só ouvem barulho. (...)

Alexandre Soares Silva

terça-feira, 18 de julho de 2006

Nunca pensei que este dia chegasse

Roei-vos de inveja: a minha namorada é capa de revista.

The Office

Um filme, quase irreal*, mostra Bush a dizer merda. «Shit», quero eu dizer. Ora, sinceramente não percebo. Não me cabe na cabeça. Escapa-me por completo. Há uma revelação bombástica neste vídeo, e malta centra-se numa palavra. Serei o único a ter reparado que Bush come de boca aberta?

*Por uns momentos, quase que esperei ver David Brent.

segunda-feira, 17 de julho de 2006

Um poema



Jardel no Beira-Mar.

Sociologia

Com a chegada do verão, as praias portuguesas enchem-se de franceses.

sexta-feira, 14 de julho de 2006

Hiper-racionalidade



(Foto de Frank Lloyd Wright a ouvir Joshua Price-Ramus falar.)

Ana Malhoa na banheira

«Mesmo no 'Expresso', aliás, fui sempre eu quem mais ousou. Quem acha que pôs a Ágata com o Mercedes? Quem acha que deu a notícia do divórcio do Emídio Rangel e da Margarida Marante?»

José António Saraiva, citado na NS' de 08.08.06, pág. 24

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Nuno Melo

O Rui Tavares quis ser «ainda menos simpático» com a esquerda e o melhor que saiu foi isto: «(...) Um marciano acabado de chegar a este país poderia achar que está tudo bem à esquerda e tudo mal à direita (...)» Demolidor, a esquerda nunca mais se recompõe depois desta vergastada. Isto para introduzir a opinião do Pedro Mexia sobre o que se passou ontem na sauna da democracia. A verdade é que é tudo corrido a eito, da esquerda à direita passando pelo Pignatelli Queiroz, mas parece-me que são os arautos da lealdade orgânica que mais sentirão os respectivos estômagos revirar.

Gato Fedorento

Ele mesmo.

quarta-feira, 12 de julho de 2006

Até amanhã

Se calhar estou a ser picuinhas

Mas, instruções?

Mercado

O eBay tem-me feito alguns dias. O correio hoje entregou-me a última aquisição. Uma lente Nikon Series E, 28mm f2.8, como nova, linda de morrer, para encaixar na minha Nikon FE2 (ide googlar para saber do que estou a falar). O preço? 30 euros, com viagem incluída. Dado, meus amigos, dado pelo meu amigo austríaco. Aliás, devo aqui passar testemunho da minha experiência no eBay. Comprai sempre a indivíduos alemães ou austríacos, evitai os franceses. Não quero com isto prolongar a polémica, é apenas estatística. A única peça que não me satisfez totalmente proveio da Gália. A europa também é isto: aprender em quem podemos confiar no eBay.

A 25ª hora

Descobri que preciso de mais uma hora. Julgo não estar a ser ganancioso. Bastava-me que a rotação da terra sobre si própria durasse 60 minutos mais. Como qualquer burguês trabalhador por conta de outrém, vejo-me envolvido naquilo a que se convencionou chamar rotina diária. Dia após dia tenho constatado que só tenho 7 horas disponíveis para dormir. Não é mau, reconheço, mas é claramente deficitário. Alterar a rotina não é opção, pois julgo tê-la reduzida ao seu núcleo indivisível, o seu quark, ou lá o que é que inventaram depois dos protões e assim. Como perceberão, necessito, realço, necessito de 8 horas de sono para me sentir, como dizem nos anúncios de tampões, fresco. Poderia riscar este post da minha agenda, bem como esta tardia ronda internética. Aprecio a preocupação, mas teria de ficar aqui até amanhã para conseguir explicar porque razão o tempo aparentemente desperdiçado é tão fulcral. Acho que me apetece mudar o template.

terça-feira, 11 de julho de 2006

What's in a word

Um tipo escreve «esquerdalhada» e de Espanha vem logo a censura. Politicamente correctos, sejamos então.

Assim dão razão ao Pacheco

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) quer que os 50 mil euros que cada um dos jogadores participantes no Mundial da Alemanha trouxe para casa fiquem isentos de IRS.

Mais me revolta ser isto um pedido da FPF, querendo aproveitar a onda de estupidificação geral para rapinar mais uns tostões ao Estado. Há gente que não merece o que tem. Pegando no exemplo do Francisco, não se podia apanhar o Figo a pagar os impostos?

O mártir

A esquerda, pelos vistos, tem uma nova causa: tentar provar que Materazzi chamou «terrorista» a Zidane. Não pega, lamento. Sou sensível ao esforço criativo, mas esta não é a primeira (apesar de ter sido a última) agressão de Zidane, e não consta que tenham sido todas resposta a acusações «muito graves». Zidane esteve infeliz, e mesmo que Materazzi tenha insinuado que o bom do Zinedine é sócio com as cotas em dia da Al-Qaeda, o facto é que isso não desculpa a sua atitude. E vocês, ó esquerdalhada, não enganam ninguém: estão é lixados porque a França perdeu.

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Directório dos Arquitectos

Está ainda a dar os primeiros passos, mas promete ser útil, esta estante de catálogos virtual. E não só: a ambição é congregar aqui uma série de informação relevante para a gente. Ide espreitar.

A cidade sem pessoas

Todos os vícios e tiques da arquitectura moderna estão bem explícitos na mais recente intervenção de Siza e Souto de Moura no Porto. O Carlos Romão tem uma série de fotografias com o antes e depois. Os Aliados parecem agora uma maquete conceptual, toda lisa, monocromática, com árvores instrumentais, um verde absolutamente submisso ao cinzento da pedra. O que me escandaliza mais é a ausência de bancos. Sim, a praça pode até estar bonita, mas as pessoas vão para ali fazer o quê?

sábado, 8 de julho de 2006

O jogo

Tudo pronto para o grande jogo. O nervos sobem, a expectativa cresce. Não é o mais importante dos jogos, mas isso não afasta o entusiasmo. É mais logo, às 17.15.

Militante em causa própria

O João é um militante em causa própria, um individualista inflamado, um panfletário da liberdade absoluta. Anda há 3 anos nisso. Um abraço.

P.S: Boffil, então. Gosto do Atrium Saldanha (uma afeição que tem vindo a crescer), e esse Compave não me parece nada mal. Não é isso que me move, mas sim a complexa questão da construção em altura. Vejo as coisas assim: é desejável que existam alguns edifícios, implantados em áreas muito bem escolhidas da cidade, cuja altura ultrapasse os limites legais. Prefiro uma cidade assim, onde a excepção tem razão de ser. Posto isto, quem, como, e onde se devem contruir estas desejadas excepções? O concurso público parece-me a solução mais acertada. A câmara escolhe o local e licita o direito de construção, fazendo a triagem dos melhores projectos. Se queremos arquitectura de excepção, o processo deve ser excepcional. Parece-me óbvio que os critérios de aprovação camarária não podem ser os mesmos para um edifício de 4 pisos em Carnide e para um edifício de 22 pisos na Av. Fontes Pereira de Melo. Concurso e discussão pública, digo.

sexta-feira, 7 de julho de 2006

A rebeldia da minha adolescência vandalizada

Metallica no átrio da Câmara Municipal de Lisboa; Guns n' Roses na RFM.

quinta-feira, 6 de julho de 2006

À atenção do dr. Vital Moreira



Descoberto, através do postHABITAT, o Princess Juliana International Airport. E para quem acha que a Portela fica «muito em cima de Lisboa», recomendo este vídeo.

E, cientificamente, pertencemos à mesma espécie

(Na CML)

- Quer o recibo com número de contribuinte, ou só com nome?
- Só com nome, por favor.
- Só com nome não pode ser, tem de ir sem nada.

Paz e sossego ao Marquês de Pombal 2

Over the years we have come to confuse football with something else, something more necessary, which is why these cries of outrage are so heartfelt and so indignant. We view everything from the top of this moutain of partisan passion; it is no wonder that all our perspectives are wrong. Perhaps it was time to climb down, and see what everyone else in the outside world sees.

Nick Hornby, Fever Pitch

Paz e sossego ao Marquês de Pombal

Sempre ouvi o meu pai falar, com carregada nostalgia, de Eusébio, Beckenbauer, Cruyff, mas sobretudo de Pelé. Para os meus filhos, até agora, só tenho um nome: Zidane. Não falo do jogo de ontem (concordo em absoluto com este resumo no Pitau Raia), falo de um jogador, apenas. A minha falta de entusiasmo, explicitamente decidida, não me permitiu acreditar em nada que não fosse o que veio a acontecer. Por isso, entretive-me a admirar o melhor jogador de futebol que já vi jogar (vi Maradona, mas o que me lembro é já da fase decadente). Só por ele não me chateio muito se a Itália perder a final. Eu vi Zidane jogar. Esta já ninguém me tira. Os meus netos que me aturem.

quarta-feira, 5 de julho de 2006

Entulho

Estou à espera de casa. As obras estão concluídas, o edifício está pronto, mas a burocracia estatal atrasa a escritura (sabe como estas coisas são). Telefono para a agência mediadora, que medeia sempre tudo bem até chegar uma pergunta concreta (isso já não depende de nós, é mais 15 dias). Raramente obtenho a informação que pretendo, mas à segunda conversa com a senhora que atende os telefones já sei que ela tem dois cachorros, o que atrapalha a sua hora de almoço. As nossas conversas acumulam entulho.

Itália

O primeiro golo da Itália no jogo de ontem foi um dos mais belos golos da história do campeonato do mundo. Por uma infinitude de razões, das quais destaco três: (1) o movimento do Pirlo, o modo como espera e espera e espera (lembro que estávamos no minuto 118), quase a desesperar qualquer italiano que já só queria ver o remate, para depois fazer um passe absolutamente magistral, com a bola obedientemente a insinuar-se ao remate de Grosso; (2) o remate de Grosso, partindo de uma posição meio de ladecos para encontrar o equilíbrio perfeito no pé esquerdo, pedindo gentilmente à bola para descrever um arco, afastando-se assim de Lehmann e encontrando a rede, bem juntinho ao poste; (3) o facto de ter sido contra a Alemanha, um golo que elimina a equipa da casa ao minuto 118, um golo daqueles, é o auge do cinismo, tão frio que nem deu para ver alemães revoltados, só desesperados, todos, sem excepção, pensando «eu sabia que isto ia acontecer».

terça-feira, 4 de julho de 2006

Passa a palavra

Vital Moreira quis ser mais uma vez recta pronúncia. Agora diz, do alto da sua cátedra, que a selecção portuguesa tem de jogar com as cores nacionais, e não com este «bordeaux exótico», fascista na sua génese, como fascistas são aqueles que dizem encarnado em vez de vermelho (olha aqui um). É claro que os organismos do futebol da Holanda, da Itália, da Alemanha e da Espanha também são fascistas, e anti-fascistas são todos aqueles que sabem quando se deve invocar a bandeira, e quando invocar a bandeira é fascista. Fascismos à parte, não era disto que eu queria falar. Eu queria falar de bola, e do jogo que está prestes a começar. Torço pela Itália, que é a única equipa que tem direito a jogar cínica e defensivamente, tendo registado os direitos de autor ainda nos anos 60, quando toda a gente andava entretida com flores e revoluções. São honestos e fazem-no bem, não são como estes agora todos que jogam assim porque não sabem jogar de outra maneira (julgam-se descobridores do «pragmatismo», ah ingénuos). Também torço pela Itália porque gosto de torcer pelos vencedores, e hoje parece-me óbvio que a Itália ganha (1-0, Toni). Além disso, a Alemanha é a equipa da casa e, por princípio, devemos estar sempre contra a equipa da casa. Quanto ao jogo de amanhã, está tudo resumido aqui: "LIBERTÉ, EGALITÉ E VANCIFUDÉ!".

segunda-feira, 3 de julho de 2006

Vila utopia 2

Reparem nos materiais, os tacos no chão, a pastilha no banco/guarda, as paredes e o tecto rebocados a branco, sem sanca, sem nada; a curva imperfeita que se deforma por cima da janela (provavelmente por limitações na técnica construtiva, sinal de que o arquitecto não se conformou, tentou), a geometria inquieta, a luz milimétrica, a perfeita noção de que tudo aqui foi arriscado, experimentado, imaginado. Faz-nos bem sair da perfeita banalidade do bom gosto em que caiu a arquitectura portuguesa (abram uma revista qualquer da especialidade), e visitar a obra doutros lados do mundo. Por acaso, desta vez foi Moçambique, mas qualquer coisa para lá de Badajoz serve, especialmente se disser respeito a obras de baixo orçamento, onde a criatividade e a inteligência ainda não precisas. De resto, são caixas brancas, estúpidas caixas brancas com plasmas e recuperadores de calor, cozinhas equipadas e retretes belíssimas, tudo quadrado, rectangular, alinhado.

Vila utopia 1



José Forjaz

domingo, 2 de julho de 2006

Acho que foi isso

Luizão, jogador do Flamengo, resume assim o problema do Brasil: «Não tem mistério. Faltou tesão à Seleção Brasileira, acho que foi isso.»

A fama, a glória

Entretanto, este blogue ultrapassou a barreira das 100000 pageviews, o que, em parecendo que não, é bonito.

sábado, 1 de julho de 2006

Quarenta anos depois

Estamos todos vivos?

Vamos todos chamar «Ricardo» ao nosso próximo filho?