quarta-feira, 25 de outubro de 2006

Something new

Amanhã começa o meu último mês como solteiro.

A actividade deste blogue fica suspensa por aí. Voltarei na minha próxima vida, não sei se aqui, se noutro sítio. Ideias não faltam. Até logo.

terça-feira, 24 de outubro de 2006

A maçã e a bandeira

Acho que o facto de não haver mais jovens a ler a Bíblia se deve ao desconhecimento de certos e determinados textos, recolhidos no âmago do Antigo Testamento. É, no fundo, uma questão de falha de comunicação.

Tal como a macieira entre as árvores da floresta
é o meu amado entre os jovens.
Anseio sentar-me à sua sombra,
que o seu fruto é doce na minha boca.
Leve-me para a sala do banquete,
e se erga diante de mim a sua bandeira de amor.
Sustentem-me com bolos de passas,
fortaleçam-me com maçãs,
porque eu desfaleço de amor.
Por baixo da minha cabeça Ele põe a mão esquerda
e abraça-me a sua mão direita.
Eu vos conjuro, mulheres de Jerusalém,
pelas gazelas ou pelas corças do monte:
não desperteis nem perturbeis
o meu amor, até que ele queira.


Cântico dos Cânticos 2, 3-7

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Linques

Entretanto, através do blogue da Revista Atlântico (memo: actualizar lista de links) descubro o blogue do não, blogue de campanha contra o aborto, onde escreve o há muito desaparecido João Noronha. O Valete Frates é do tempo em que a blogosfera era mais ou menos um clube privado, e agora o João anda de Fiat Lux. Quanto ao blogue do não, passará a ser leitura diária, ou não apresentasse um casting de luxo (outra das faltas imperdoáveis da lista de links é a ausência do Portugal dos Pequeninos, do João Gonçalves, que há muito leio religiosamente.)

Economia de mercado

Uma televisão privada a fazer aquilo que o Estado devia fazer:

A SIC inicia a divulgação do primeiro estudo comparativo dos últimos seis anos de exames nacionais de 12º ano e chega a algumas conclusões preocupantes. Entre as 100 melhores médias dos últimos seis anos, só aparecem oito escolas do interior. O Jornal da Noite vai mostrar-lhe o ranking dos últimos seis anos e contar-lhe quais as escolas que mais subiram e desceram desde 2001. Os resultados estarão também na SIC Online, a partir das 20h00.

domingo, 22 de outubro de 2006

Grandes encontros

E aí está o que muitos esperavam: João César das Neves e Pedro Mexia juntos em livro.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Metabloguismo

O maradona às vezes irrita-me. Irrita-me que eu tenha pensado em fazer referência ao artigo de ontem do Pacheco Pereira e que o maradona se tenha antecipado. Irrita-me que, no textinho que vêem aqui em baixo, me tenha passado pela cabeça referir precisamente esse pormenor que é o facto de eu, sim, condenar moralmente quem faz um aborto e, sim, ir votar sim e querer que o Estado canalize recursos sim senhora, e não o tenha feito por achar que ia ficar mal explicado, aparecendo-me agora o maradona a dizer precisamente o mesmo e muito bem dito:

(...) A frase, por exemplo, "Não me sinto com o direito de julgar moralmente as atitudes de quem decide em consciência interromper uma gravidez.". Eu por acaso sinto-me. A moral tem muitas vantagens e, aliás, quando é practicada em condições, julga precisamente a "consciência" das outras pessoas.

Há aqui onde moro uma miúda que durante 5 anos foi duas vezes por ano a uma certa e determinada senhora na Cova da Piedade. Eu acho que tenho o direito de julgar moralmente esta miúda, a sua familia e o comboio de namorados. No Algarve tinham que ir a Espanha, numa Ford Transit, e dentro da Ford Transit iam mulheres e familias a quem eu condenava moralmente o que andavam a fazer, e outras mulheres e familias que eu não condenava moralmente.

Mas daqui a colocar em questão a canalização dos "escassos recursos para a prática de abortos" vai uma grande distância. Acho que se deve "canalizar" sim senhora. Modesta e à parte, eu vejo "recursos" em todo o lado; e se não forem assim tantos como eu vejo, que se aumente os impostos, que se corte nas SCUTs, nos professores do ensino secundário, nos subsidios à RTP e à TAP, nas operações às varizes, onde quiserem, não percebo nada dessas merdas. Não se pode é obrigar as pessoas - onde, como sempre nestas coisas, predominam os mais pobres, os mais fracos e os mais sós - a arriscar a saúde e a vida por causa, primeiro, de uma lei estúpida, segundo, por causa de "escassos recursos".

O facto de eu condenar moralmente esta e muitas outras pessoas (e de não condenar muitas outras) não significa que ache aceitável que se atire milhares de mulheres e homens para fora do sistema nacional de saúde. A moral - ao contrário da ética - vem depois da saúde, quer-me parecer. Não percebo, portanto, esta conversa toda à volta da "consciência" e mais não sei o quê.

Também quero fazer um apontamento em relação ao "sequestro" do debate pelo "trogloditismo extremista". É que dá a sensação que é só a Esquerda a responsável por essa tendência, e, havendo embora aqui que admirar a recuperação desse inenarrável texto da Ana Drago - merecedor, aliás, de um épico artigo do Miguel Sousa Tavares - é minha a opinião de que o pior "trogloditismo" está precisamente à Direita, e penso que não é preciso aprofundar para além disto.

Resta-me a consolação da evidência que sou uma pessoa mais ocupada do que o maradona.

O dia de reflexão é ontem

Começam a chegar os primeiros e-mails. Mobilizem-se, passem a palavra, isto é importante, segue em anexo o comunicado da Associação das Famílias Numerosas (que, cá para mim, não precisa de comunicados para mostrar a sua posição, basta contá-los). Falo do aborto e do início da agitação pré-referendo que vai fazer aquecer as nossas veias todas. Como diz o Vasco e muito bem, esta é a pior altura para se formar uma opinião sobre o assunto ([...] Discutir o aborto em vésperas de referendo é tornar os argumentos reféns da militância exacerbada.[...]) Por isso não escondo o meu contentamento por ter essa questão resolvida dentro da minha cabeça há algum tempo. Mudei de opinião, mas não o fiz durante uma campanha demagógica (como esta vai ser, de ambos os lados). Gostava de escrever um texto, longuíssimo por natureza, a explicar a minha posição e o porquê da mudança de opinião, mas não vejo isso a ser possível num futuro próximo. Por agora deixava só o apelo para que os meus leitores (olá mãe) não deixassem para as vésperas do referendo a sua decisão. Leiam agora o que têm a ler, falem agora com quem têm de falar, pensem o que têm a pensar. Dou-vos dois meses. A partir daí é lei marcial.

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

Fazem bem à saúde

As casas do João.

Nem uma bastonada? Umazinha? Um empurrão? Um chega pra lá?

(...) Fomos forçados a sair por uma aparatosa operação policial que envolveu dezenas de agentes de várias especialidades e fardas uniformemente aceleradas. É preciso que se note que os polícias foram incomparavelmente mais correctos do que os nossos governantes. (...)

Comunicado dos Tontos

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

The twilight

- E o seu nome é?
- Lourenço Cordeiro.
- Jaime...?

Antecipação*

(...) Eles sabem que eu sei que eles sabem que é assim.

José Pacheco Pereira

*

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Mea culpa

Em baixo chamei tontos aos que se barricaram no Rivoli. Pois bem, parece que esta sua iniciativa inovadora e original (nas palavras na nossa ministra da cultura) ameaça inviabilizar um concerto do Luís Represas no local. Mea culpa. Há coisas que merecem ser subsidiadas.

Gente

Eu trancava a malta do metro com os tontos do Rivoli. Acho que estão bons uns para os outros.

P.S: Não deixa de ser sintomático que o Público encaixe a notícia dos tontos do Rivoli na secção de «Cultura».

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Pólos

(...) Até hoje nunca mais a vi, mas gosto de pensar que tenho esse efeito nas mulheres. (...)

Tiago Galvão

Preconceito ideológico

João César das Neves sobre o aborto. Não li, mas vale a pena.

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Paul Klee



Ana Vidigal, Sem título, 1989

Nobel da Paz



Muhammad Yunus e Grameen Bank. Estamos no bom caminho.

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

O José António Saraiva Turco

Orhan Pamuk. Deixou a arquitectura pela escrita. Prémio Nobel da Literatura 2006.

Sou um provinciano de costas voltadas para a Europa

Nunca estive em Londres, nunca estive em Paris, nunca estive em Berlim, nunca fui a Roma (mas já vi o Papa); já estive em S. Paulo, no Rio de Janeiro, no Cairo, e estou por estes dias a ultimar os pormenores da minha segunda ida a Nova Iorque.

Se calhar este é um dos malefícios da União Europeia: tudo é familiar e demasiado próximo. Se queremos realmente viajar, precisamos de dar uso ao passaporte.

Pinheiro de Azevedo

O homem que não gostava de ser sequestrado.

No Lóbi do Chá

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Também vai passar na NBC



Agora é «bilhete electrónico», senão até vos mostrava.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Baixa-Chiado

A Proposta de Revitalização da Baixa-Chiado, respectivo PDF e plantas suporte, está disponível no site da CML, área de Consultas On-Line. O Público e o DN têm boas reportagens sobre o plano nas edições de hoje.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

archiBlogs

The portal of blogs about architecture.

Paz de espírito

The secret to hapiness is... low expectations.

Barry Schwartz, na TED.

Dia Mundial dos Arquitectos

É sintomático que a Ordem dos Arquitectos, a propósito do Dia Mundial da Arquitectura (que, reparo, é hoje), organize uma série de visitas a ateliers, numa coisa a que chamou Atelier Aberto. E que, paralelamente, organize umas visitas a obras (Reunião de Obra) por si seleccionadas. Os nomes, esses, são sempre os mesmos: o arquitecto recebe a malta no seu atelier, o arquitecto mostra à malta uma obra sua, o arquitecto é moderador num debate. Em vez de se virar para fora, para a sociedade civil, para a cidade, para o território, a Ordem dos Arquitectos assume o papel de menina mais gira da festa. Tudo transborda narcisismo e arquitecto-centrismo. O autor assume o papel principal, a arquitectura, essa «linguagem universal», fica reduzida a uns objectos lindíssimos e a uns estiradores arrumadíssimos. Espelho meu, espelho meu, haverá alguém mais belo do que eu?

A propósito de duas casas

Um dos grandes problemas da língua portuguesa é o facto da palavra «lar» ser tão foleira.