quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Not Manuel Alegre



Com Cavaco não há «metáforas».

Lino

Da podridão.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Nota

Para quem vive na convicção de que limpar fezes humanas de uma parede estucada e pintada de branco é uma tarefa fácil: não é.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Um problema político

Quando não escreve sobre pilinhas vale a pena ler o João César das Neves.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Mas depois melhora

Agora que se instalou a ideia de que Manuela Ferreira Leite tinha razão sobre todas as questões que nós sabíamos que Manuela Ferreira Leite tinha razão, convinha não deixar passar a oportunidade para afirmar que até nas questões em que nós achávamos que Manuela Ferreira Leite não tinha razão Manuela Ferreira Leite tinha razão.

The Perfect Home

Entretanto, a BBC continua a educar o mundo, pelo menos aquela parte do mundo que está disponível para ser educada pela BBC. Desta vez convidou Alain de Botton a passar o seu The Architecture of Happiness para televisão. O resultado são três episódios de 42 minutos absolutamente obrigatórios para quem o mundo construído não é indiferente. Está tudo no YouTube.

Uma pessoa não pode ligar-se ao mundo sob pena de entrar em profundo desespero

Heloísa Apolónia, deputada do partido Os Verdes, um partido que representa uma larga fatia da população portuguesa conhecida por «Heloísa Apolónia», à saída de uma reunião com o ministro das finanças, alertou para o desaceleramento da economia portuguesa. Não teria feito mal nenhum que o partido Os Verdes tivesse tido Katharine Birbalsingh como professora na escola:

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Há vários momentos no texto onde a substituição da palavra «Greece» por «Portugal» ou «greeks» por «portuguese» pode causar calafrios

«Here they are, and here we are: a nation of people looking for anyone to blame but themselves.»

Beware of Greeks Bearing Bonds, Michael Lewis

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Seiscentos quilómetros

Às nossas habituais insuficiências técnicas juntaram-se alguns azares (aquilo do baixo) e insuficiências técnicas da sala (uma palavra daqui para a organização que foi impecável), mas apesar de tudo os 600 km valeram a pena. Ficou tudo gravado.

Deixem-me sonhar

Atribuir o Nobel da Paz àquele chinês (não tenho tempo de ir ao google) pode ser um acto deliberadamente hostil em relação à China (parece que o senhor é favor dos, como é, «direitos humanos»), mas a maior hostilidade do comité de 2010 foi em relação à América Latina com a atribuição do Nobel da Literatura a Vargas Llosa, uma pessoa que é a favor, como é, da liberdade. Pode ter sido pela literatura (não li o suficiente para ter opinião, confio nas pessoas mais avisadas), mas eu quero acreditar que foi pela política. Deixem-me sonhar.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Pudor

Continuo, apesar de tudo, a gostar de Villas-Boas: ele sabe que é preciso alguma agressividade retórica para motivar uma equipa a ganhar títulos, o que gera, por vezes, a sensação de que estamos perante alguém arrogante. Tenho de aceitar isso. Não me faz nenhuma confusão que o treinador do Porto ache que a sua equipa é a melhor do país e que use essa convicção a seu favor. O que se passou em Guimarães foi também fruto de uma convicção, a convicção de que teria havido um penálti que o árbitro não viu. A sua inexperiência fez o resto. Agora, depois dessa convicção ter sido desmentida, Villas-Boas publica um mea culpa. Fica-lhe bem.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

5 de outubro

Não sou republicano, não sou monárquico: o tipo de regime é apenas um instrumento para a democracia, que é o que verdadeiramente interessa. Estou também do lado daqueles que dizem que comemorar a I República é comemorar um regime que nos deveria envergonhar. Um regime que, é bom não esquecer, criou as condições para o Estado Novo: tivesse a monarquia constitucional conseguido reformar-se e muito dificilmente apareceria alguém como Salazar. Também acho, já agora, que a história de Portugal merecia uma monarquia. Uma monarquia moderna, desempoeirada, amada pelo povo e controlada pelo parlamento. Mas, como digo, isso só valeria a pena se contribuísse para a qualidade da nossa democracia, que tem sido muito maltratada na república (e talvez pela república). Como um país não é um tubo de ensaio, é quase impossível que uma nova monarquia venha a ser testada, pelo que será bom concentrarmos as nossas energias em fazer desta república uma república melhor.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

O Socratismo deixou-nos mal habituados

O Eduardo Pitta não concorda que os partidos oiçam o povo.

Romário Deputado

Romário, o segundo melhor avançado-centro que vi jogar na vida (logo atrás de Ronaldo, o fenómeno) e notável aforista («Pelé calado é um poeta») foi eleito deputado pelo Estado do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

O património

Mas não são precisas grandes elaborações macro-económicas para explicar o país. O país é o retrato das prioridades do seu povo, e elas são evidentes. Basta olhar para o nosso património para se ficar com uma ideia daquilo que nós queremos. Por exemplo, para o Palácio da Ajuda, sede do Ministério da Cultura e do IGESPAR. Vão lá, dêem uma volta pelos corredores, peçam para espreitar. Depois voltem, voltem para o país das renovações das frotas automóveis e dos TGVs e digam o que viram. Pode ser que alguém oiça.