quarta-feira, 6 de julho de 2011

A lixeira

Tenho, como a maioria dos portugueses, um empréstimo e uma hipoteca junto de um banco português onde tenho concentrados todos os meus os assuntos, vá, financeiros. Por motivos pessoais não relacionados com o espectacular desempenho financeiro das minhas aplicações a prazo, vou ser obrigado a relocalizá-las para outra instituição bancária. Não estou descontente com este banco e tenho pena de ter que fazer esta alteração. Como não conheço o sistema bancário, tenho perguntado a pessoas que o conhecem sobre o melhor destino a dar às minhas poupanças. A resposta tem sido sempre a mesma: põe num banco estrangeiro, põe no Deutshe, que agora até deixou de estar vinculado à lei portuguesa, põe no Santander, ou no Banco do Brasil, ou sei lá, não ponhas é num banco português. E tenho assistido a pessoas que têm feito exactamente isso: têm retirado o dinheiro que têm em bancos portugueses para o pôr em bancos estrangeiros. Ao mesmo tempo que fazemos isto, vamos acusando o governo e a senhora Merkel pela descida de rating da república. Ou seja, estamos a deitar o lixo todo no quintal e agora estamos espantados que aquilo se tenha tornado numa lixeira. Portugal definha porque deixou de ser amado pelos portugueses. Nisto, os livros de auto-ajuda têm razão: se tu não gostares de ti próprio, ninguém gostará.