quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Até para a semana

«Não é só a vontade de impressionar os outros à custa de um estilo rebuscado. Quando escrevem, quase todos os adolescentes abusam das metáforas, porque ainda desconhecem a tremenda ambiguidade que persiste em tantas coisas concretas.»

Daniel

sábado, 24 de setembro de 2011

Hulk

Tentou marcar dois golos do outro mundo na primeira parte. Na segunda parte, perdeu infantilmente aquela bola que permitiu o primeiro do Benfica. No fim do jogo, veio dizer que Cardozo deveria ter sido expulso. O mito caiu.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

uma atitude céptica perante as Grandes Abstracções

«Para os apressados obituaristas do termo, no entanto, a ironia é um trôpego sinónimo de narcisismo, cinismo, apatia e indiferença. A ironia que eles queriam enterrar era uma distorção estenográfica do termo, que pretende representar uma pose geralmente associada à "Geração X", vista não como um recurso retórico mas como uma atitude céptica perante as Grandes Abstracções (Deus, Amor, Patriotismo, Decência), e cujas raízes são encontradas numa espécie muito particular de pânico identitário: o medo do ridículo, da desilusão, da traição, da humilhação, mas também o medo de ser visto como sincero, comprometido ou sentimental.»

Rogério Casanova, «Seinfeld e oposto da ironia», Ípsilon de hoje

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Os Salto



Electro-pop feito como deve ser por dois rapazes do Porto nascidos na década de 90, que fazem dos seus concertos umas das boas razões para estar vivo. Ou seja, uma banda para envergonhar todas as outras. E não dá para guardar rancor porque eles são, como é?, impecábeis.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Pena mata bola

Se isto não é a melhor coisa que aprendi em embalagens de material de escritório, então não sei qual é a melhor coisa que aprendi em embalagens de material de escritório: na língua malaia, «caneta esferográfica» diz-se «pena mata bola».

(Uma visita ao tradutor do google revela que o malaio é uma língua muito curiosa.)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Um prémio copy / paste

Atribuir o Prémio Secil a Eduardo Souto de Moura no ano do Pritzker não faz qualquer espécie de sentido. Não está em causa a qualidade da obra premiada (a Casa das Histórias Paula Rego), que assume particular relevância no percurso de Souto de Moura, mas sim a atribuição de um prémio que se torna irrelevante para o premiado (é a terceira vez que Souto de Moura recebe o Secil) e que desprestigia o júri, que faz um trabalho preguiçoso e perde uma oportunidade de surpreender (quem não se lembra do Secil atribuído a Pedro Maurício Borges?) Enfim.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Pedro Vieira de Almeida

Cruzei-me com Pedro Vieira de Almeida (1933-2011) duas ou três vezes na faculdade, por onde passou na condição de orador convidado, e, sem saber bem porquê, simpatizei imediatamente com ele. Talvez pela frontalidade com que falava da sua paixão pela arquitectura e do seu gosto pela polémica. Em 1970 organizou, na Gulbenkian, uma exposição dedicada a Raúl Lino sob o corajoso título «Raúl Lino, Arquitecto Moderno», o que lhe valeu alguns dissabores mas também um lugar na história como o primeiro a reconhecer a importância da obra de Raúl Lino no meio da tralha do antigo regime. Lembro-me de assistir a uma defesa acalorada da obra de Siza Vieira onde Pedro Vieira de Almeida recorreu a uma comparação com Frank Gehry, dizendo que havia «mais arquitectura num metro quadrado da igreja de Marco de Canavezes do que no Guggenheim inteiro». Morreu um dos bons.

O 11 de Setembro (2)

O 11 de Setembro

Mais do que motivações políticas ou ideológicas (o Pedro Mexia diz na Única desta semana que «Não somos todos americanos» e tem toda a razão), aquilo que me liga - e a tantas outras pessoas - ao 11 de Setembro é a cidade de Nova Iorque. Por muito que se invoque uma ideia de ocidente que liga os dois lados do atlântico, se tivessem sido as Sears não seria a mesma coisa - ainda que Chicago seja uma espécie de segundo ensaio sobre o mesmo tema. Nova Iorque não é apenas a menos americana das cidades americanas, é sobretudo a cidade mais reconhecida do mundo, a cidade que mais facilmente abre as portas a quem vem de fora. Mesmo para quem nunca a visitou, é quase impossível não ter com Nova Iorque uma relação de familiaridade que se deve a uma identificação cultural epidérmica que nos foi implantada sobretudo pelo cinema, que fez do «século americano» (Mexia outra vez) que foi o século XX o século nova iorquino. Isto fez dos ataques do 11 de Setembro uma ferida imediata que antecedeu todas as elaborações de cariz intelectual a que a tragédia se prestou: antes do ataque ao «estilo de vida», foi um ataque ao nosso bairro; antes de um ataque à «democracia», foi um gigantesco ataque simultâneo a todas as cidades do mundo. Quando nos foi explicada a magnitude simbólica do atentado já todos o tínhamos sentido na pele.

Visitei Nova Iorque por duas vezes, uma antes (2000) e outra depois (2006). Da segunda vez passei pelo ground zero, e, mesmo tendo lá estado anteriormente, fiquei sem palavras ao ver o enorme buraco das obras. Um buraco que parecia maior do que a memória que guardava das torres, que tinham uma escala absurda, quase impossível. Mas aquilo que mais me marcou foi a ausência das torres das vistas de onde elas se mostravam, que era quase de todo o lado da zona sul de Manhattan. Eram dois edifícios arquitectonicamente pouco interessantes mas urbanisticamente decisivos na leitura da cidade: a nossa localização podia quase sempre ser deduzida relativamente a elas. O seu desaparecimento brutal foi uma decapitação a sangue frio que alterou, em duas horas, o skyline do mundo todo.

Os trabalhos de reconstrução que têm vindo a ser feitos - mesmo com todas as indefinições causadas por polémicas de projecto e dificuldades financeiras - têm como objectivo a cicatrização de algo quase impossível de cicatrizar. Um dia voltarei a Nova Iorque, quem sabe para mostrar aos meus filhos um bocado da história que também será deles.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

The Printed Blog Portugal

Ainda ninguém me convidou para escrever na The Printed Blog Portugal - apesar de já estar fechado o segundo número - o que é um bom indicador da qualidade daquela publicação.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

No próximo sábado



Estaremos com o António Fontes, os Asterisco Cardinal Bomba Caveira, os Salto e os Pontos Negros, no Parque Palmela, que é, como o nome indica, em Cascais. Ide a correr comprar os bilhetes que a causa é nobre.

I say goodbye too often



«Hello to Nils», Peter Broderick

Como e quando pensar

«(...) No seu melhor, é isto que a voz de David Foster Wallace consegue fazer: alojar-se no interior das nossas cabeças, e mostrar-nos como e quando pensar. Ao lê-lo, respiramos ao mesmo ritmo, e reaprendemos a encarar o acto de pensar de forma complexa como uma função vital. A voz de Foster Wallace é um dos mais eficazes mecanismos desenvolvidos pela literatura para prestar atenção a tudo, e para confessar todo o cadastro de embaraços privados e golpes de asa que os nossos mecanismos de protecção aprenderam a ocultar ou que as nossas limitações não permitem articular. (...)»

«Um templo não feito por mãos», Rogério Casanova, Ípsilon de 2.09.2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

What could have been so disrespectful

So what could have been so disrespectful and hurtful to his dignity that it would make Carvalho immediately walk out? Did they make him act as Ronaldo's personal gel receptacle? Did he finally realize that Nani isn't Michael Jackson after all and all those autographs are now worthless? Or did Pepe shove his head in a toilet and repeatedly kick him in the back? We may never know.

No Dirty Tackle.