quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A tragédia

A maior tragédia política do Portugal contemporâneo é a fraca presença de espírito do primeiro-ministro. Não falo das políticas que têm sido seguidas, porque a política está reduzida à economia e finanças, e nessa área não há opções a fazer (vão perceber isto quando o António Costa for primeiro-ministro em 2015). Falo na personagem cinzenta e ordinária de Pedro Passos Coelho, da sua crónica falta de jeito para a retórica, da sua inclinação para a banalidade. Precisávamos de alguém que gostasse de falar para as pessoas e tivesse coisas para dizer, mas sobretudo que gostasse de falar para as pessoas. Em vez disso, temos alguém que está convencido de que está a cumprir uma «missão».